quarta-feira, 4 de abril de 2012

Lançamento do livro PALAVRAS EM MIM - Meus Poemas e Relatos da Infância

        
         
           Na noite de 31 de março de 2012, junto a Odécio Deschamps, Célio Gilberto Silva, Lélia Gamba, familiares, amigos e membros da Associação de Escritores, aconteceu o lançamento do livro PALAVRAS EM MIM – Meus Poemas e Relatos da Infância, de autoria de LUCIANE MARI DESCHAMPS.
O livro traz, como um dos temas, a infância: memórias de um tempo bom vivido pela autora na serra catarinense. Naquele momento, foi possível traçar um paralelo com os versos de Carlos Drummond que poetizou sobre o tema em seu poema Infância, declamado pela autora:
Infância
Carlos Drummond de Andrade

A Abgar Renault

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
Lia a história de Robinson Crusuoé,
Comprida que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
A ninar nos longes de senzala e nunca se esqueceu
Chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
Café gostoso
Café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo
Olhando para mim:
Psiu... não acorda o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava
No mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história
Era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

Outra passagem citada, referente ao tema, foi um trecho do livro de Gabriel Chalita para dizer da infância.
“ERA UMA VEZ... um sonho... O sonho de manter acesa a chama vibrante, intensa e colorida da infância. Um tempo marcado pelo encantamento da atmosfera onírica que rege a primeira e mais importante fase de nossas vidas. Uma época singular, rica, pessoal e intransferível. Período que representa uma galáxia em meio a todos os outros milhões de sistemas estelares produzidos pela fértil imaginação infantil. Imaginação livre de preconceitos, de negativismos e de limitações. A pureza, a ousadia e o espírito quaseselvagem dos primeiros anos nos marcam de forma indelével por toda a existência... É como se esse período fosse comandado pelo ritmo de um relógio cujos ponteiros marcam só diversão e alegria... Um tempo cujo cheiro, gosto, cor e som continuamos perseguindo, de forma consciente ou inconsciente, por toda a vida.”

O poema de Mário Quintana, Recordo Ainda, evidenciou alguns sentimentos do quanto a fase da infância foi um período de alegria, doçura e encantamento para a a escritora do livro PALAVRAS EM MIM.

RECORDO AINDA
Mário QuintanaRecordo ainda... e nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...

Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...

Estrada afora após segui... Mas, aí,
Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:

Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!
Que envelheceu, um dia, de repente!

Frase da autora:

“Todos nós desejamos registrar a nossa vida e, quando partirmos, deixar algo para alguém, seja fotos, livros, textos, objetos pessoais e de valor.... Tudo é uma forma de dizer da pessoa que fomos. Mas sabemos que o maior legado que deixamos só estará no coração daqueles que nos amaram de verdade. O motivo do amor destas pessoas por nós será a nossa mais linda lembrança de quem fomos um dia. Assim, teremos a certeza de que não chegamos vazios no final da jornada da vida.”
























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